Conhecido como “Agosto Dourado” por simbolizar a luta pelo incentivo à amamentação, o mês do Aleitamento Materno no Brasil foi instituído em 2017 pela Lei nº 13.435 que determina que, no decorrer do mês de agosto, deverão ser intensificadas ações de conscientização e esclarecimento sobre a importância do aleitamento materno.

A cor dourada diz respeito ao padrão ouro de qualidade do leite materno – considerado o alimento mais completo para os primeiros meses de vida. É nele que estão as proteínas, vitaminas, gorduras, água e os nutrientes necessários para o saudável desenvolvimento dos bebês. Isso significa que, até os 6 meses, o bebê não precisa de nenhum outro alimento (chá, suco, água ou outro leite).

A amamentação possui inúmeros benefícios tanto para a mãe quanto para o seu bebê.

Siga abaixo algumas orientações sobre o aleitamento materno e sua importância.

As mães devem amamentar os seus bebês até qual idade?

A Organização Mundial de Saúde (OMS), o Ministério da Saúde (MS) e a Sociedade Brasileira de Pediatra (SBP) recomendam que os bebês sejam alimentados exclusivamente com leite materno até os 6 meses de idade. E que, mesmo após a introdução dos primeiros alimentos sólidos, sigam sendo amamentados até, pelo menos, os 2 anos de vida. 

Até os 6 meses de vida, o leite materno é suficiente com todos os nutrientes e a hidratação necessária para a criança. Não é preciso ingerir nada além do leite materno, nem mesmo a água.

Recomenda-se que a criança seja amamentada na hora que quiser e quantas vezes quiser. É o que se chama de amamentação em livre demanda. Nos primeiros meses, é normal que a criança mame com frequência e sem horários regulares. Em geral, um bebê em aleitamento materno exclusivo mama de oito a 12 vezes ao dia. Muitas mães, principalmente as que estão inseguras e as com baixa autoestima, costumam interpretar esse comportamento normal como sinal de fome do bebê, leite fraco ou pouco leite, o que pode resultar na introdução precoce e desnecessária de complementos. A mãe deve deixar o bebê mamar até que fique satisfeito, esperando ele esvaziar a mama para então oferecer a outra, se ele quiser.

O leite do início da mamada tem mais água e mata a sede e o do fim da mamada tem mais gordura e por isso mata a fome do bebê e faz com que ele ganhe mais peso. No início da mamada o bebê suga com mais força porque está com mais fome e assim esvazia melhor a primeira mama oferecida. Por isso, é bom que a mãe comece cada mamada pelo peito em que o bebê mamou por último na mamada anterior. Assim o bebê tem a oportunidade de esvaziar bem as duas mamas, o que é importante para a mãe ter bastante leite. O tempo de permanência na mama em cada mamada não deve ser fixado, haja vista que o tempo necessário para esvaziar uma mama varia para cada dupla mãe/bebê e, numa mesma dupla, pode variar dependendo da fome da criança, do intervalo transcorrido desde a última mamada e do volume de leite armazenado na mama.

A alimentação da mãe também influencia em uma melhor produção do leite?

A melhor forma de manter uma boa produção de leite é o bebê mamar em livre demanda, ou seja, não limitar as mamadas. Quanto mais o bebê mama, mais leite será produzido. Para que a criança consiga retirar o leite com eficiência, é preciso que ela esteja mamando em uma boa posição e com a pega adequada. Outro fator que contribui bastante para ajudar na produção do leite é que a mãe fique em um ambiente tranquilo e sem estresse, tomar bastante líquido, dormir bem e aproveitar para descansar enquanto o bebê também dorme.

Sobre a alimentação materna não há evidências de que determinados alimentos aumentam a produção do leite. Alguns estudos mostram que a mãe que amamenta tem hábitos alimentares mais saudáveis, o que é bom para ela e para o bebê. Revelam ainda que a qualidade da alimentação da mãe tem pouca influência no leite materno. Porém, para a saúde materna, é importante que a mãe tenha uma alimentação variada, equilibrada, coma quando tiver fome e evite dietas restritivas (regimes).

Quais os benefícios do aleitamento materno para a mãe e para o bebê?

O aleitamento materno é essencial para a nutrição e o desenvolvimento infantil. O leite materno é rico em nutrientes necessários e anticorpos que fortalecem o sistema imunológico do bebê, dando-lhe uma defesa natural para uma série de doenças e infecções, como alergias, diarreia e doenças respiratórias, além de ajudar no desenvolvimento cognitivo e a saúde bucal, auxiliando na redução da mortalidade neonatal.

Além de seus benefícios para o bebê, a amamentação também traz vantagens significativas para a mãe, ajudando na recuperação pós-parto e também na prevenção de algumas doenças, como na redução das chances de desenvolver câncer de mama. A amamentação ainda colabora com a mulher a perder mais rápido o peso que ganhou durante a gravidez. 

Outros benefícios são menores custos financeiros, promoção de vínculo afetivo entre mãe e filho e melhor qualidade de vida de ambos.

As mães que sentem desconforto ou até dores no momento da amamentação, devem fazer o quê?

No início da amamentação é comum a mulher sentir dor leve ou moderada, e isso acontece devido a forte sucção do bebê, mas isso pode acontecer até a primeira semana de adaptação. Porém mamilos muito doloridos e machucados requer intervenção. A causa mais comum de lesões na mama ocorre por pega e/ou posição incorreta, que causam lesões nos mamilos. Outras causas são mamilos curtos, planos ou invertidos, disfunções orais na criança, freio de língua excessivamente curto, sucção não nutritiva prolongada, uso impróprio de bombas de extração de leite, não interrupção adequada da sucção da criança quando for necessário retirá-la do peito, uso de cremes e óleos que causam reações alérgicas nos mamilos, uso de protetores de mamilo (intermediários) e exposição prolongada a forros úmidos.

Uma vez instaladas essas lesões mamilares, elas são muito dolorosas e, com frequência, são a porta de entrada para bactérias. Então, além de corrigir o problema que está causando a dor mamilar é importante intervir para aliviar a dor e promover a cicatrização das lesões o mais rápido possível. Para aliviar a dor, a mãe pode iniciar a mamada pela mama menos afetada; ordenhar um pouco de leite antes da mamada; amamentar em diferentes posições, reduzindo a pressão nos pontos dolorosos ou áreas machucadas.

O uso de medicações orais ou tópicas deve ser sempre indicado pelo médico que a acompanha.

Nos casos de lesões mamilares muito extensas e a dor é muito forte que a mãe não consegue amamentar, a amamentação pode ser interrompida temporariamente na mama afetada, porém esta mama deverá ser esvaziada por ordenha manual ou com bomba de extração de leite.

Confira os 4 problemas mais comuns da amamentação e saiba como resolvê-los.

Uso de mamadeiras

O Ministério da Saúde não recomenda o uso de mamadeiras e chupetas, que devem ser evitadas. Água, chás e principalmente outros leites devem ser evitados, pois há evidências de que o seu uso está associado com desmame precoce e aumento da morbimortalidade infantil. A mamadeira, além de ser uma importante fonte de contaminação, pode influenciar negativamente a amamentação. Observa-se que algumas crianças, depois de experimentarem a mamadeira, passam a apresentar dificuldade quando vão mamar no peito.

Uso de chupetas

Atualmente, a chupeta tem sido desaconselhada pela possibilidade de interferir negativamente na duração do aleitamento materno, entre outros motivos. Crianças que usam chupetas, em geral, são amamentadas com menos frequência, o que pode comprometer a produção de leite.

Além de interferir no aleitamento materno, o uso de chupeta está associado a uma maior ocorrência de candidíase oral (sapinho), de otite (inflamação dos ouvidos) e de alterações da estrutura bucal.

Qual a melhor posição para amamentar o bebê?

Além dos benefícios já mencionados, o ato de amamentar também está ligado à uma boa respiração e ao fortalecimento da língua, bochechas e lábios. Por isso, sempre é destacada a importância da posição e pega correta do seio, que não apenas garante uma alimentação eficaz, mas também promove o desenvolvimento oral saudável.

1.   O bebê deve estar virado para a mãe, perto de seu corpo, apoiado e com os braços livres;
2.   A cabeça da criança deve ficar de frente para o seio e o nariz de frente para o mamilo;
3.   Só deixe o bebê sugar quando ele abrir bem a boca;
4.   Se estiver correta a pega da mama, o bebê fica com a boca bem aberta, lábios virados para fora, queixo encostado no seio, a aréola fica mais acima do que abaixo da boca do bebê e o seu nariz fica livre.

Assista ao vídeo da Sociedade Brasileira de Pediatria sobre a posição correta para a amamentação.

 Recomendações para uma amamentação saudável

●  Estabeleça uma rotina: tente amamentar o seu bebê sempre que ele mostrar sinais de fome, isso ajuda a manter uma boa produção de leite.
●  Posição correta: garanta que o bebê esteja posicionado de forma confortável e que faça a pega correta, para evitar desconfortos e rachaduras nos mamilos.
●  Hidratação e alimentação: Mantenha-se bem hidratada e tenha uma dieta equilibrada para garantir a qualidade do seu leite materno.
●  Autocuidado: Tire uma folga! Descanse, relaxe e peça a ajuda da sua rede de apoio quando necessário.

SAIBA MAIS!

Acesse a publicação do Ministério da Saúde para mais orientação sobre o aleitamento materno.

Descubra alguns mitos e verdades sobre a amamentação.

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